INSEPARATIVIDADE
Perder-te foi a condição dolente,
para ter-te comigo vivamente.
Além do corpo morto, no caixão.
Além das cinzas guardadas em vão…
Perder-te foi a condição vivente,
para ter-te comigo onipresente.
Sem portos de chegadas e partidas.
Sem lágrimas de adeus, sem despedidas.
Perder-te foi a condição silente,
para ter-te comigo onisciente.
Em zona nunca antes visitada,
onde apenas os anjos têm morada.
Perder-te foi a condição premente,
para ter-te comigo sutilmente.
Bem onde paira o Ser primordial.
O Uno sem matéria corporal.
Perder-te foi a condição latente,
para ter-te comigo eternamente.
Kátia Drummond
Foto: Marc Wuchner/Corbis.jpg
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