sábado, 17 de março de 2012

DE LUA E ESTRELAS…

Se encontrares uma mulher qualquer,
feia, pálida e seminua, bem à tua frente,
por certo não é nenhuma louca. Sou eu!

E, de mim, nada a temer. Sequer te assustes!
Pois, se olhares amorosamente, então verás
a lua, feita em manto, sobre o meu corpo.
E estrelas cintilando em meus cabelos.

Se, não por acaso, não os vias antes,
é que olhavas apenas com o olhar da razão.
E a razão também é fera traiçoeira!

De agora em diante, suplico-te,
não sejas tão demente, oh meu amor…
Vê se me enxergas com o olhar do coração.

E descobrirás, surpreendentemente,
que a fulgurante lua que me veste,
e as estrelas cintilantes em meus cabelos,
vêm do âmago do teu próprio ser.

Sou eu, o teu translúcido e fiel espelho!
Em mim tu vês, em essência, a tua natureza.
Seja o reflexo espectral do teu próprio breu…
Seja a luz azul da tua própria alma, radiosa,
vestida de lua e cintilando estrelas sobre mim!


Kátia Drummond 

Arte: Brian Froud – Fada

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