domingo, 25 de novembro de 2007
domingo, 11 de novembro de 2007
POETA NÃO MORRE. DESENCANTA!
Brasa que arde incessantemente,
e que, mesmo nas chuvas, não apaga,
por ser pagã, sou muitos firmamentos.
Por ser ateia, mais que encantada!
Por se poeta, todos os rebentos.
Assim havendo, quando nos encantos
soam, em murmúrios, as torrentes,
e ecoam em suas tumbas os fantasmas,
tambores rufam dentro do meu peito.
E nos sangues e linfas secam os plasmas.
Não a morrer. Mas... a desencantar.
[Encantados não morrem. Desencantam!]
Desintegrar-me, transmutar-me em verso.
Evanescer... qual nuvem passageira.
E explodir estelar no Universo!
Kátia Drummond
Em outono português. Sintra, 2007.
Imagem: Lawrence Manning.
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