terça-feira, 6 de março de 2007


AO TEU SILÊNCIO

Doeu em mim o teu silêncio aflito
Amarga dor de pássaro cinzento
Ferindo em grito todas as penumbras
Cravando a face em lágrima cativa
A transformar a dor em lancinante calma
Enquanto o sangue brota em carne viva.

Se o sopro do meu ser em poesia
Chegar a tempo de curar-te a dor
Ou de aliviar-te essa agonia
Aceita pois, meu outonal rebento
E faz de conta que eu te dei guarida
Que as begônias floram o teu caminho
E que as cigarras cantam em tua vida.


Katia Drummond
Em outono português. Sintra, 2005.

Um comentário:

Brisa Drummond Sjölin disse...

Que lindo!!!
Você tem cada foto maravilhosa no blog. Ilustram perfeitamente cada poema, como se fossem feitas por encomenda. Demais!
Piu piu piu