domingo, 11 de fevereiro de 2007
ANJO À-TOA
Não busque no meu corpo a carne, a chama.
Nem veja no meu rosto uma consagração qualquer.
Eu sei que sou um anjo à-toa nesse mundo.
Um tiro certo, um poço fundo,
um precipício aberto, uma mulher.
O que é que eu faço dessa sensação estranha,
que me persegue e me apanha,
e me vira pelo avesso,
que não tem fim nem começo
e me faz o que bem quer?
O que é que eu faço dessa sensação perdida,
desvairada, enlouquecida,
displicente, amargurada,
se o meu sorriso anda tão comprometido
e se a gente passa e pensa,
sem recompensa, sem nada?
Eu quero ser seu anjo,
à-toa e vagabundo,
seu mistério o mais profundo
e você vem quando quiser.
Se você quer morrer de amor,
morrer de vício,
eu quero ser seu precipício,
seu amor, sua mulher.
• Poema: Kátia Drummond
• Música: Tamir Drummond
• Foto: Damir Frkovic
• Arranjo, voz e violão: Sávio Drummond
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2 comentários:
Parabéns pelo blog, pelos poemas e pela música excelente. Gostei muito. Fernanda me apresentou esse espaço.
Uma curiosidade: qual é o procedimento para inserir filmes nas postagens?
Abraço
Saisfação imensa em descobrir você a autora de Anjo à-toa. Ouvi Dércio cantar essa maravilha uma única vez, gravei de maneira torta e tento ouvir, às vezes. Agora vejo-a cantada por seu filho (suponho).
Grande alegria, Ka´tia. Obrigada por isso.
Seus poemas são primorosos, admiráveis e cativantes. Sempre passarei por aqui e indicarei para outros poetas.
Valeu!
Grande abraço
Iara
Iara
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