CALVÁRIO
Inúteis prisioneiros,
cada qual na sua sela
é coveiro de si mesmo.
Esboço da própria tela.
Barco sem vela nas vagas,
albatroz longe do mar...
Meras sombras desbotadas
de um quadro por pintar.
Medos, apegos, saudades…
Correntes que nos enlaçam
e nos fazem serviçais
de teias que amordaçam.
Tomara um dia, ainda,
livres das vãs ilusões,
nós desatemos os nós
das nossas próprias prisões.
E sigamos nossa senda
de migrante libertário…
Sem cavar as própria cova
a caminho do calvário.
Kátia Drummond
Foto: Angelo Cavalli/Corbis
Um comentário:
...meu bem vai aqui
minha solidariedade
em verdade capenga também
pois como o teu
o meu também se foi
em janeiro do ano passado
em seus vinte e um bem vividos
partiu de moto...
do túmulo do útero
ao útero do túmulo...
bj
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