segunda-feira, 20 de julho de 2009
A CASA AMANHECE
Ao longe, mesmo de perto,
um ruído matinal.
Não vem das aves. Vem dela.
Passo firme, angelical.
O andar rumo à cozinha.
Corre a água na torneira.
Zoam louças e panelas.
Um bulício delicado...
É ela abrindo as janelas.
Pensa que está sozinha!
Determinada e ativa,
no seu jeito costumeiro,
derruba um talher no chão.
De repente, um forte cheiro...
O café se avizinha.
Cantarolando, vem ela.
Aproxima-se da cama.
Com voz doce, cuidadosa,
suavemente me chama.
Chega mais e acarinha.
Segue o dia. Segue o tempo.
A casa fica deserta!
Parece que, de repente,
nenhuma vida desperta.
Como faz falta a mainha!
Kátia Drummond
Salvador, Bahia. Brasil.
Foto: Bruno Ehrs
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