domingo, 24 de abril de 2011


APENAS...

Desde quando você esvaneceu,
que me dei conta de que não sou minha.

Sequer o sonho em mim sobreviveu!
Hoje eu amargo o meu sofrer sozinha.

Um cão fiel, distante do seu dono.
Perdido, em abandono, na cidade.

Como hei de sublimar essa saudade,
se até minha esperança já morreu?

Se eu sem você perdi minha metade.
Se sem você eu sou apenas eu.

Agora, em nosso ninho, alma cativa,
sublimo a dor… E finjo que estou viva.


Kátia Drummond

Imagem: Bettmann CORBIS – Falco Peregrinus alimentando filhotes.